Acaba de entrar em vigor na cidade do México uma lei que combate a produção e o uso de sacolas plásticas que não sejam biodegradáveis. No Brasil, o Estado do Rio de Janeiro promulgou a Lei nº. 5502/2009 dispondo sobre a substituição e recolhimento desse produto em estabelecimentos comerciais localizados no Estado como forma de proteção ao meio ambiente. Grandes redes de supermercados já levantaram esta bandeira e hoje oferecem aos seus clientes “sacolas ecológicas”. Em muitos países da Europa as sacolas plásticas não são distribuídas gratuitamente aos clientes, o que levou à uma redução drástica do seu consumo. As ações de combate ao uso indiscriminado de sacolas plásticas aumentam por todos os cantos do mundo. Também se discute o esgotamento de recursos naturais que são utilizados para sua produção.
Nesse contexto, proponho uma análise sob a ótica da sustentabilidade: Seriam as sacolas plásticas as grandes vilãs da natureza?
Primeiro, precisamos assumir que temos responsabilidade pelo uso desnecessário e que o descarte indevido em vias públicas, rios e matas, além de contaminar o meio ambiente, tem causado a morte de muitos animais. Por outro lado, temos os defensores das sacolas plásticas que apontam para a sua praticidade no transporte de mercadorias.
Enfim, o que é correto, que atitude tomar?
Estamos na rua e lembramos que precisamos comprar algo no supermercado. Ok. Vamos levá-la sim, mas de quantas estamos falando? Sua compra foi pequena? Então você não precisa de nenhuma. E se você comprou muito itens e está chovendo? Tudo bem, eu entendo e concordo que você vai precisar da sacola plástica para o transporte dos produtos. Mas utilize somente a quantidade necessária. Quantas e quantas vezes colocamos um ou dois itens em cada sacola e no fim consumimos mais unidades do que realmente necessitamos?
Você precisa de sacolas para o lixo de casa? Esse hábito, que está incorporado em nossa sociedade, traz muito prejuízos para natureza pelo seu uso inadequado. A sacola plástica que virou recipiente de lixo não chega a sua totalidade de armazenamento e já é posta, bem amarradinha, do lado de fora da casa para que o lixeiro a leve e descarregue no aterro sanitário de sua cidade. Lá ela poderá permanecer por mais de 400 anos até se decompor.
Considere que você vem utilizando somente metade da capacidade de uma sacola plástica. Se precisa de 10 sacolas durante a semana, poderia, se fosse mais comprometido com a saúde do planeta, reduzir para 5 unidades, bastando apenas enchê-la completamente antes de descartá-la. Estamos falando de apenas uma casa, a sua! Podemos considerar seu vizinho? Então já estamos falando de 10 sacolas a menos que vão para o “lixão”!* Deslumbre estes números para seu quarteirão, sua rua, seu bairro e sua cidade.
Meu pai sempre me disse: “10% de 10 é 1, 100% de nada é 0” . Uma pessoa que deixa de consumir uma sacola por dia é apenas uma; e se cada morador de uma cidade com 20 mil habitantes reduzir pelo menos uma sacola plástica por dia? É consciência coletiva. Sustentabilidade do planeta.
A questão a ser analisada e ponderada é, se ainda não conseguimos viver sem as sacolas plásticas, pelo menos devemos nos preocupar em utilizá-las de forma correta e consciente. Utilize sacolas plásticas somente em casos de extrema necessidade. Dê preferência às “sacolas ecológicas” quando for para suas compras. Incorpore-a ao seu cotidiano, tenha sempre uma na sua bolsa ou no seu carro. O MEIO AMBIENTE AGRADECE!
Semana que vem falaremos sobre o que realmente é “LIXO”.
Boa semana, seu amigo,
Flávio Paschoal
Ilustração: Lucas Diniz - kill_dinho@hotmail.com
Revisão de texto: João Colosalle - joaocolosalle@hotmail.com
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