quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Utilizando a água da chuva

O que será preciso dizer, esclarecer ou informar para que possamos começar a coletar água da chuva para lavar a calçada, o quintal, o carro, regar as plantas e até mesmo utilizá-la dentro de casa?
As atividades citadas acima, que fazem parte do nosso cotidiano, consomem muita água potável. Alguém já reparou que existem pessoas da nossa comunidade que lavam o quintal com a “vassoura d’água” mesmo quando está chovendo? Não é um abuso gastar e consumir água potável para empurrar a sujeira em dia de chuva? Eu acredito que usar água para empurrar sujeira é abuso em qualquer dia!
Se deixássemos de lado a comodidade de abrir a torneira e gastar sem limites, poderíamos construir coletores de água da chuva em nossas casas com extrema facilidade e baixo custo. Esta água coletada pode ser muito bem empregada nas atividades cotidianas.
Um tambor, por exemplo, e um sistema caseiro para filtro podem ser empregados neste aparelho sustentável e prático. Teríamos a oportunidade de poupar gastos com a conta de água e quem sabe utilizar esta economia para levar a família a algum programa no fim de semana. Você é uma das pessoas que diz que sempre falta tempo e dinheiro para passear? Pois bem, a solução existe e está sobre nós, sendo desperdiçada a cada chuva. Agora cabe a você se mexer e usar a criatividade para proporcionar mudanças inteligentes em sua vida.
Um dito popular diz “sempre que aperta no bolso nós sentimos a necessidade”. Mas, como sentir o bolso reclamar se não damos importância para o quanto se gasta com estas atividades? Faça o teste (dependerá do uso atual, quantidade de pessoas que moram em sua casa, de plantas e carros e do tamanho do quintal e da sua calçada).
Neste próximo mês proíba as pessoas da sua casa de lavarem a calçada e o quintal, regue as plantas somente com a água da chuva (utilize baldes por enquanto) e não lave o carro. Veja a diferença na sua conta e multiplique pelos 12 meses do ano. Este valor total pode te surpreender e financiar boa parte da viagem das próximas férias.
Em minhas palestras sempre tento incentivar o uso inteligente das ferramentas tecnológicas que temos disponíveis. Sugiro a vocês, leitores, a busca por “coletor de água de chuva artesanal”, no Google. Os três primeiros resultados já dão uma bela ajuda sobre como economizar água através da construção de um coletor.
Espero que eu tenha incentivado pelo menos uns poucos. Mas, que estes poucos possam, em longo prazo, multiplicar este conhecimento. Espero que um dia estas sugestões virem realidade.
 Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
flavio.ambiental.paschoal@gmail.com

Revisão: João Colosalle

Os perigos do descarte inadequado

Um dos conflitos do século XXI é que a lâmpada fluorescente é mais econômica, gasta menos elementos naturais e está mais próxima da nossa necessidade sustentável, mas, por outro lado, é tóxica e química, considerada “lixo especial”, a maioria de origem residencial.
Quando utilizamos as lâmpadas fluorescentes favorecemos a preservação do ambiente, mas também aumentamos a possibilidade de queimá-la e descartá-la inadequadamente. Podemos considerar uma agressão ao meio ambiente o envio destas lâmpadas para lixões (aproximadamente 49,27% do lixo nacional tem como destino final os lixões), onde existe a contaminação tanto para cima quanto para baixo (do ar e dos lençóis freáticos) ou quando jogamos na rua, sem cuidado algum, permitindo que se quebrem no manuseio pelo coletor ou acidentalmente por alguma pessoa.
O mercúrio, substância presente naquele pó branco no interior das lâmpadas, pode atingir os lençóis freáticos contaminando nossos rios, matas e animais. Nos lixões ocorre a liberação do chorume durante o processo de decomposição. O chorume é um líquido espesso, de cor escura e de mau cheiro, que carrega diversos poluentes tóxicos presentes no lixo, entre eles, o mercúrio das lâmpadas fluorescentes descartadas de maneira errada.
É inevitável a contaminação dos lençóis freáticos próximos a lixões. Quando atinge rios e peixes ocorre um processo chamado “bioacumulação”. De forma resumida, é quando o tecido do peixe absorve o mercúrio, por exemplo, e potencializa seus efeitos. No ser humano, o mercúrio pode causar lesões cerebrais e neurológicas, dores de cabeça, colapsos, delírios, convulsões, dermatite, elevação da pressão arterial, entre outros.
Este efeito degenerativo na cadeia alimentar, na qual o homem ocupa o topo, tem maiores conseqüências, por exemplo, quando uma mulher grávida se alimenta destes peixes infectados. Seu filho em gestação estará mais sujeito e exposto aos problemas ocasionados pelo mercúrio.
Lembre-se, portanto, de sua responsabilidade social ao jogar fora as lâmpadas fluorescentes. Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), lâmpadas fluorescentes são classificadas como lixo da classe 1, perigosos, da subdivisão de infectantes e principalmente de origem domiciliar especial (em grande escala).
Fico revoltado ao ver jovens desorientados quebrando estas lâmpadas expostas nas ruas como se fossem lixo comum, apenas por uma falsa sensação de diversão, como aconteceu recentemente na cidade de São Paulo.
Os responsáveis pelo descarte inadequado possuem tanta culpa quanto aquele cidadão, jovem ou não, que expõe a vida de alguém aos males causados por estas substâncias. O domínio da tecnologia e das reações químicas deve ser usado para nosso benefício. Diversos produtos do dia a dia são compostos por elementos tóxicos, corrosivos, infectantes, radiativos, entre outros. Devemos, então, assumir nossa responsabilidade pelo descarte adequado destes produtos e devemos saber lidar cada vez melhor com os avanços tecnológicos se sucedem dia após dias.
Faça a sua parte, ser sustentável também é usar de forma consciente os benefícios da tecnologia.
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
flavio.ambiental.paschoal@gmail.com

Revisão: João Colosalle

Adote sua calçada

Quando nossa mãe diz para levar o guarda chuva é bom pegá-lo mesmo. Vai chover! Não sei quanto a vocês, mas diversos ditados que minha mãe disse a vida toda começaram a fazer mais sentido depois de algumas centenas de vezes que tive que concordar que ela estava certa. Um deles me dizia para tomar conta do que era meu - “Macaco senta no rabo e fala do rabo do outro”. É nesta linha de pensamento que escrevo hoje.
Sempre falo da importância das atitudes individuais, as pequenas, aquelas que algumas pessoas “teimam” em dizer que não trazem benefícios. Pois bem, se continuarmos a olhar para as nossas coisas e as coisas que nós podemos fazer, mesmo sem ser em grande escala, é claro que, com a união de todos, faremos a diferença. Considerando nossa comunidade e espaços comuns a todos vamos falar sobre uma atitude sustentável bem transparente: cuidar das calçadas de nossa cidade.
Se cada casa, comércio ou empresa cuidasse rigorosamente do espaço da frente de sua propriedade certamente teríamos uma cidade mais limpa e com toda certeza o lixo produzido por nós, que está por aí, jogado em qualquer canto, teria uma destinação final mais adequada. Sugiro o seguinte.
Primeiro: coloque cestos de lixo (orgânico e não orgânico) na porta do estabelecimento ou casa (é possível, basta querer).
Segundo: coloque placas, faixas ou cartazes informando que você gosta do mundo limpo e peça para quem pensar em jogar seu lixo ali na sua porta que use o cesto ou que procure um dos cestos públicos para isso.
Terceiro: estenda a limpeza da sua casa ou estabelecimento à calçada (NÃO UTLIZE ÁGUA PARA LIMPAR, APENAS VARRA) e comunique seus clientes, amigos e parentes. Passe aos outros a mensagem de que você é uma pessoa sensata e que luta pela saúde do mundo.
E lembre-se: a sujeira que está na porta da sua casa dificilmente foi feita por você, mas não é por causa disso que você a empurrará para seu vizinho. Recolha com vassoura e pá e jogue em um lugar adequado.
Os países desenvolvidos defendem que, além da riqueza e do poder econômico, a cultura e a educação são fatores imprescindíveis para assumirem este status. Se continuarmos a nos comportar inadequadamente com o meio ambiente, seremos pra sempre um país atrasado e pouco desenvolvido.
Converse com quem visitou um país rico ou relembre como era por lá. É fato. Uma das primeiras observações é sobre a limpeza e beleza das ruas das cidades. Se quisermos ser considerados desenvolvidos também precisamos, antes de obter esta vitória, agir como tal. Faça você a sua parte e demonstre que está evoluído, que não parou no tempo e que não é daqueles que aceitam sujeira e lixo no lugar onde vive!
Quem acredita e faz a vida que te cerca ser como deseja são os primeiros a conseguirem a vitória.
Adote sua calçada!
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Bate papo com um amigo - esporte e sustentabilidade

Conversei com amigo que anda de skate comigo no parque do Ibirapuera, vejam:

Flávio: Como você vê a questão ambiental nos campeonatos que participa?
Professor Alex: Durante todos estes anos que trabalho com esporte ( treinador), que eu saiba nunca vi nenhum programa de reciclagem ou conscientização sobre o lixo jogado no chão ( copos de água e saches de gel ), mas no final das provas a empresa que organiza recolhe todo o lixo do chão”.
Espero que todos os eventos esportivos de rua, daqui para frente possam ter um programa de reciclagem e respeito ao meio ambiente. 

 Flávio: Existe esta preocupação por parte dos organizadores, quais ações são tomadas por eles e até mesmo sobre a consciência dos atletas e público?
 Professor Alex: Como já havia falado as empresas que organizam os eventos somente recolhem o lixo do chão, sobre o destino do mesmo já não sei. Já os atletas muitos tem uma enorme consciência e não jogam no chão, porém muitos deles ainda jogam sem dó.

Flávio: Costuma gerar uma grande quantidade de lixo estes eventos (algo visível como sujeira nas ruas)?
 Professor Alex: Sim costuma gerar muito lixo, porém recolhidos imediatamente pelos organizadores.
  
 Flávio: E o mais importante: O que você acha da problemática ambiental no seu segmento, o que precisa ou pode ser feito para melhorar a situação do planeta?"
Professor Alex: A problemática não é somente no meu segmento e sim, na cultura e educação do nosso povo, infelizmente as pessoas jogam lixo como se fosse se livrar de um problema, então sem dó jogam mesmo.
Eu na minha equipe tenho o patrocínio da empresa de água fresca, meu contrato com eles é de recolher todas as minhas garrafas plásticas no fim do treino e levar para reciclagem, e eu faço isso com muito orgulho, e nota 10 para a preocupação da empresa com o meu lixo utilizado.
Para melhorar a situação no planeta a meu ver seria a educação e conscientização de um povo, como aprendemos desde que criança alguns hábitos de educação e comportamento, jogar o lixo no lixo e reutilizar seria mais uma regra básica de educação e bom senso, um dia quando isso fizer parte da educação de todos, ai sim teremos um meio ambiente saudável e feliz.

Não deixem de conhecer o trabalho do prof Alex. Esporte e meio ambiente sempre irão andar juntos!!!

http://www.longboardskates.blogspot.com/