
Um espaço para publicar idéias práticas sustentáveis, atitudes coerentes e divulgar estratégias comportamentais que busquem o equilíbrio entre homem e o planeta. Como ativista ambiental participei de expedições, produção de vídeo documentários, ministrei palestras, conheci estudiosos e pesquisadores, estudei o assunto e agora quero dividir com todos os resultados que alcancei. Um espaço que não é só meu. É de todos que queiram colaborar comigo e com o mundo de alguma forma. Aproveitem!
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Observe, mensure e mude!
Precisamos adotar medidas eficientes para combater o descaso, o desperdício e a degradação ambiental se quisermos manter sua beleza natural. Hoje proponho uma comparação a uma estratégia que tradicionalmente obtém excelentes resultados.
No âmbito empresarial existe uma forma clara de se manter o interesse e empenho dos funcionários sobre as metas traçadas pela diretoria. Vivenciei algumas experiências que gostaria de apresentar como sugestões à causa da preservação ambiental.
Em quase todos os departamentos comerciais que conheci quando atuava em marketing, via um quadro de metas a ser empregado como ferramenta principal para motivação dos vendedores. “Estamos a 30% de nossa meta”, “Atingimos 80% da meta traçada”, “Conquistamos 10 mil novos clientes”, várias formas, entre tantas, de se dizer “continue vendendo”. A técnica aqui é o fato de que a exposição de resultados e a compreensão clara de sua responsabilidade, no caso, as vendas, trazem o comprometimento espontâneo dos funcionários.
Se você deseja que seus funcionários se esforcem para atingir qualquer resultado, antes de tudo você deve informá-los claramente sobre estes resultados e principalmente como eles estão evoluindo. Desta forma, quando chegar o fim do mês ninguém será surpreendido.
Mas a analogia com meio ambiente é o que nos interessa agora. Quanto de água você gasta por dia? Quanto lixo produz diariamente? No serviço, quantos copos de plástico você utiliza por semana? Quanto tempo você gasta no banho por mês? Quantas sacolas plásticas você descarta por semana? Quantas pilhas e baterias você jogou no lixo comum no ano que passou?
Como podemos falar em reduzir os impactos ambientais que causamos ao mundo se não temos ciência exata de quanto “lixo”, “desperdício” ou “agressões diretas” nós causamos diariamente?
Se colocássemos um quadro como o que citei acima em nosso trabalho alertando sobre nossos esforços para reduzir os custos ambientais, teríamos um controle maior sobre nossas atitudes. Exemplo: “mês passado a média de consumo de copo plástico foi de 7 unidades/pessoa/dia – Vamos reduzir para 3 unidades. Contamos com você”. Este ou qualquer outro exemplo que se enquadre no seu ambiente de trabalho, tenho certeza de que os números assustariam a todos. Faça o teste e pergunte para seus colegas de trabalho quantos “copos de plástico”, por exemplo, sua empresa consome.
Este exemplo de mensurar e publicar os resultados diários serve para nossas casas também. Comece a informar seus filhos sobre o tempo total no banho. “Este mês, nossa família com 4 pessoas ficou 2 mil e 400 horas com o chuveiro ligado. Achou muito? Faça as contas. Calculei 20 minutos por pessoa, mas sabemos que para muitos de nós, 40 minutos no chuveiro é pouco.
Os números quando apresentados impressionam. Transforme esta comunicação em ferramenta contra os impactos ambientais e faça a diferença. Lute com todas as armas para salvarmos o planeta.
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle
Surpresas de um cotidiano insustentável.
A época de Natal e fim de ano ainda não chegou ao ponto de fazer as pessoas esquecerem o consumismo excessivo e toda sua estratégia vinculada a ele. No entanto, antes de tudo, quero deixar claro que adoro ganhar e entregar presentes. Acredito que o presente representa o carinho, a lembrança e a admiração por alguém. É bom agradar a quem se ama, claro que é! Mas vejam que sentimento de amor ao mundo que presenciei durante a semana natalina.
Desço do prédio onde moro e paro na portaria para cumprimentar os porteiros, o zelador e o síndico. Papo vai, papo vem, desejos de boas festas, e no fim da conversa uma descoberta. O síndico é gestor ambiental. Que surpresa. Primeiro porque já tive alguns problemas em insistir para que o condomínio adotasse coleta seletiva, e, segundo por ter descoberto que o síndico é da área ambiental depois que comentei que os copos plásticos, de uso exclusivo dos porteiros, poderiam ser substituídos por canecas individuais.
Meu dia continua. Vou ao supermercado para as últimas compras de natal, aquelas que sempre faltam. Ao entrar no estacionamento a menina da portaria me entrega um cartão e um folheto. Como sei exatamente o que quero e tenho pressa nas compras, rejeito o folheto. E não é que ela faz cara de “monstro da tasmânia” com fome para mim? E o espírito de natal? É dada a ordem que todos entrem com estes folhetos para impulsionar as compras por estímulo. Eu entendo isso, mas eles deveriam entender que é minha opção rejeitar e assim contribuir com a economia dos elementos naturais.
E o dia segue. Na entrada de um bar/restaurante para encontrar uns amigos escuto de um jovem a seguinte frase: “Mas é só mais um. Tem tanto cigarro no chão que este não fará diferença. E Feliz Natal para vocês”. Por pouco não parei para explicar a ela que mais um cigarro no chão faz sim toda a diferença e que para ter um bom natal e um bom mundo preciso da compreensão dela.
No início da noite chego ao meu bairro e antes de entrar em casa passo na farmácia. Já vinha com está dúvida há dias e resolvi perguntar. Quis saber se eles tinham alguma campanha para receber medicamentos vencidos para dar o destino final correto a eles. A surpresa? “Nós jogamos no vaso e damos descarga!”. Mas foi dito com ar natalino, sabem? Sorriso nos lábios, olhos brilhantes e juro que a mocinha ficou esperando eu responder: “Bom Natal para você também”. Claro que fiquei indignado e disse que aquilo é crime ambiental passivo de sanções civis ou implicações jurídicas. Exatamente como prevê nossa lei.
Durante o ano de 2011, voltarei com outro texto dizendo qual foi a resposta do departamento de marketing, atendimento ao consumidor, ou de gestão ambiental desta rede farmacêutica. É claro que vou tirar isso a limpo.
Saúde, qualidade de vida e meio ambiente são vertentes que andam juntas para obtermos êxito como sociedade. Percebam os detalhes, eles fazem toda a diferença.
Desejo a todos um excelente ano e que possamos sonhar novos sonhos!
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle
domingo, 16 de janeiro de 2011
Não entre pelo canudo!
Semanas atrás falamos sobre a responsabilidade pelo lixo que produzimos na rua e como precisamos nos atentar sobre esta ação. Citamos alguns exemplos do cotidiano, que acredito ser comum a todos. Hoje iremos esmiuçar ainda mais este assunto.

A questão é o princípio de “atender bem” a nós, os consumidores! Os comerciantes visam a fidelização de seus clientes e uma regra básica é “mimar” sempre. Um sorriso ao atender, agilidade, prontidão e uma regra que quero destacar: oferecer comodidade e serviços que não temos em casa.
Em restaurantes, bares ou lanchonetes, o suco ou refrigerante que você pede normalmente vem acompanhado de um canudo plástico. Já discuti esta ação com alguns amigos e a resposta que obtive foi “higiene”. Os estabelecimentos oferecem os canudos para termos a segurança sobre a higiene do preparo e consumo do suco. Ora, neste caso precisamos considerar que os guardanapos normalmente são colocados com as mãos sem luvas dos mesmos funcionários que lavam os copos. E quanto aos pratos? Por que estes não são ensacados também? Penso também que se existe esta desconfiança sobre a higiene dos copos, só dos copos, então precisamos exercer nossos direitos de cidadão e avisar a vigilância sanitária da cidade.
Eu disse que os estabelecimentos querem oferecer o que você não tem em casa, para ser prestativo e mimá-lo. Em casa você toma suco com canudinho? Vamos dispensá-los e entender que geramos lixo desnecessário ao aceitá-los. Para conhecer a realidade pergunte a qualquer dono de restaurante ou bar que freqüente sobre a quantidade que ele compra deste material por mês e se surpreenda.
Aos viajantes
Perceba que esta visão de pequenas atitudes sustentáveis está por todos os lados e existe sempre algo tão pequeno que pode ser feito que não afetará negativamente sua vida, mas irá trazer um grande exemplo positivo ao mundo e a quem te cerca. Portanto, dê o exemplo!
O canudo plástico vira lixo, a roupa de cama precisa ser lavada e com isso gasta-se água. Os folhetos promocionais que você pega na rua, mesmo sem ter necessidade daquele produto ou serviço, também geram um impacto ambiental. Seja sustentável! Repense suas ações.
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle
Ilustração: Lucas Diniz
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Eletrônicos em Stand-By
A União disponibiliza anualmente milhões em recursos financeiros em prol de ações socioambientais. As empresas modernas planejam recursos destinados exclusivamente à proteção ambiental e à melhoria de suas instalações e operações de forma preventiva, ao invés da arcaica corretiva. São padrões atuais de administração e visão para subsistirmos com os recursos naturais disponíveis considerando as agressões que este sistema sugere e impacta no meio.
Sabe o que me chama atenção neste discurso? Escutamos algo parecido a toda hora em diversas mídias, não é mesmo? Tanto os poderes federativo, federal, estadual e municipal, assim como os privados, disponibilizam “recursos” (ou melhor, “dinheiro”) para salvar nossos “recursos” naturais (neste caso, “seres vivos, como as plantas, e elementos que garantem a vida na terra”).
Utilizar da palavra “recurso”, que tende a significar “o que é feito para gastar”, não se encaixa melhor para nos referir somente a “dinheiro”? Será que adotar a expressão “patrimônio” aos elementos naturais não colabore para uma visão mais sustentável? “Patrimônio” é algo que devemos preservar, cuidar, manter e zelar. Muito mais próximo a nossa necessidade.
Assumiremos agora esta visão como fato verídico em nossas vidas e analisaremos mais uma verdade de nosso cotidiano: o DVD Player, o aparelho de TV por assinatura, o microondas, o rádio e outros eletrônicos, todos com as suas devidas luzes de stand-by ligadas, funcionando e gastando nosso “patrimônio natural”. Nossas casas ainda não facilitam nossas vidas para combatermos este gasto desnecessário. As tomadas, por estética ou por parâmetro sociais e culturais do que chamamos de arrumação, são de difícil acesso. E precisamos considerar que alguns aparelhos simplesmente não oferecem outra opção sem ser a de ter a luz acessa do modo de espera. Obriga-nos a colaborar com o desperdício.
Estudos apontam que de 15% a 20% das contas de consumo de energia elétrica se reduziriam com a ausência destas luzes de stand-by. Talvez as empresas pudessem remodelar seus produtos para que nós pudéssemos gastar menos energia e dinheiro. Seria ótimo, e com isso consumiríamos e gastaríamos menos o nosso patrimônio natural.
Se puder desligue por completo seus aparelhos. E não substitua-os por aparelhos à pilha. O impacto ambiental seria maior que o atual.
Lembre-se: o Brasil teve um aumento de 12% em sua população conforme relatórios finais do CENSO 2010. Imagine o quanto podemos fazer para o mundo.
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle
Ilustração: Lucas Diniz
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