A União disponibiliza anualmente milhões em recursos financeiros em prol de ações socioambientais. As empresas modernas planejam recursos destinados exclusivamente à proteção ambiental e à melhoria de suas instalações e operações de forma preventiva, ao invés da arcaica corretiva. São padrões atuais de administração e visão para subsistirmos com os recursos naturais disponíveis considerando as agressões que este sistema sugere e impacta no meio.
Sabe o que me chama atenção neste discurso? Escutamos algo parecido a toda hora em diversas mídias, não é mesmo? Tanto os poderes federativo, federal, estadual e municipal, assim como os privados, disponibilizam “recursos” (ou melhor, “dinheiro”) para salvar nossos “recursos” naturais (neste caso, “seres vivos, como as plantas, e elementos que garantem a vida na terra”).
Utilizar da palavra “recurso”, que tende a significar “o que é feito para gastar”, não se encaixa melhor para nos referir somente a “dinheiro”? Será que adotar a expressão “patrimônio” aos elementos naturais não colabore para uma visão mais sustentável? “Patrimônio” é algo que devemos preservar, cuidar, manter e zelar. Muito mais próximo a nossa necessidade.
Assumiremos agora esta visão como fato verídico em nossas vidas e analisaremos mais uma verdade de nosso cotidiano: o DVD Player, o aparelho de TV por assinatura, o microondas, o rádio e outros eletrônicos, todos com as suas devidas luzes de stand-by ligadas, funcionando e gastando nosso “patrimônio natural”. Nossas casas ainda não facilitam nossas vidas para combatermos este gasto desnecessário. As tomadas, por estética ou por parâmetro sociais e culturais do que chamamos de arrumação, são de difícil acesso. E precisamos considerar que alguns aparelhos simplesmente não oferecem outra opção sem ser a de ter a luz acessa do modo de espera. Obriga-nos a colaborar com o desperdício.
Estudos apontam que de 15% a 20% das contas de consumo de energia elétrica se reduziriam com a ausência destas luzes de stand-by. Talvez as empresas pudessem remodelar seus produtos para que nós pudéssemos gastar menos energia e dinheiro. Seria ótimo, e com isso consumiríamos e gastaríamos menos o nosso patrimônio natural.
Se puder desligue por completo seus aparelhos. E não substitua-os por aparelhos à pilha. O impacto ambiental seria maior que o atual.
Lembre-se: o Brasil teve um aumento de 12% em sua população conforme relatórios finais do CENSO 2010. Imagine o quanto podemos fazer para o mundo.
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle
Ilustração: Lucas Diniz
Realmente é meio cansativo ter de ligar as coisas a todo momento. Ainda mais que esteticamente dizendo as tomadas devem ficar escondidas e fora da visão. Mas acredito que são pequenas coisas que faz todo um sistema ruir, ainda mais quando existem várias pequenas coisas erradas em nosso cotidiano em relação a sustentabilidade. Levando em consideração que pequenas coisas faz todo um sistema ruir, veja que a maioria dos acidentes que ocorrem com gás Glp, originam-se de pequenos vazamentos que não notamos, e quando notamos ja é tarde, pequenos vazamentos podem destruir gigantescos lugares.
ResponderExcluirMuito interessante o texto e o assunto.