domingo, 16 de janeiro de 2011

Não entre pelo canudo!

Semanas atrás falamos sobre a responsabilidade pelo lixo que produzimos na rua e como precisamos nos atentar sobre esta ação. Citamos alguns exemplos do cotidiano, que acredito ser comum a todos. Hoje iremos esmiuçar ainda mais este assunto.
Já havia dado minha opinião sobre as infames sacolas plásticas, oferecidas em praticamente todos os estabelecimentos comerciais, cada uma com a sua logomarca estampada. E se você não recusar acaba voltando pra casa com umas cinco delas nas mãos.
A questão é o princípio de “atender bem” a nós, os consumidores! Os comerciantes visam a fidelização de seus clientes e uma regra básica é “mimar” sempre. Um sorriso ao atender, agilidade, prontidão e uma regra que quero destacar: oferecer comodidade e serviços que não temos em casa.
Em restaurantes, bares ou lanchonetes, o suco ou refrigerante que você pede normalmente vem acompanhado de um canudo plástico. Já discuti esta ação com alguns amigos e a resposta que obtive foi “higiene”. Os estabelecimentos oferecem os canudos para termos a segurança sobre a higiene do preparo e consumo do suco. Ora, neste caso precisamos considerar que os guardanapos normalmente são colocados com as mãos sem luvas dos mesmos funcionários que lavam os copos. E quanto aos pratos? Por que estes não são ensacados também? Penso também que se existe esta desconfiança sobre a higiene dos copos, só dos copos, então precisamos exercer nossos direitos de cidadão e avisar a vigilância sanitária da cidade.
Eu disse que os estabelecimentos querem oferecer o que você não tem em casa, para ser prestativo e mimá-lo. Em casa você toma suco com canudinho? Vamos dispensá-los e entender que geramos lixo desnecessário ao aceitá-los. Para conhecer a realidade pergunte a qualquer dono de restaurante ou bar que freqüente sobre a quantidade que ele compra deste material por mês e se surpreenda.
Aos viajantes
Em São Paulo, poucos meses atrás, ouvi uma campanha de sustentabilidade que estava em prática, não tenho certeza, mas acredito que era da rádio Eldorado, a qual incentivava pequenas mudanças em prol do planeta. Uma chamou minha atenção. Uma atriz da TV Globo, que também não faço a menor idéia de quem era, pedia àqueles que utilizavam serviço de hotelaria para não aceitar a troca da roupa de cama todos os dias, afinal, em nossas casas não fazemos isso.
Perceba que esta visão de pequenas atitudes sustentáveis está por todos os lados e existe sempre algo tão pequeno que pode ser feito que não afetará negativamente sua vida, mas irá trazer um grande exemplo positivo ao mundo e a quem te cerca. Portanto, dê o exemplo!
O canudo plástico vira lixo, a roupa de cama precisa ser lavada e com isso gasta-se água. Os folhetos promocionais que você pega na rua, mesmo sem ter necessidade daquele produto ou serviço, também geram um impacto ambiental. Seja sustentável! Repense suas ações.
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista

Revisão: João Colosalle
Ilustração: Lucas Diniz

3 comentários:

  1. Flavio, concordo plenamente com sua reflexão. Tanto se fala sobre reciclagem mas pouco se discute sobre os excessos do dia-a-dia. Parabéns pela iniciativa e pelo blog.

    Abraços,
    Liora.

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  2. Cara, achava que eu fosse radical... Mas você é muito mais que eu. Porém um radicalismo de extrema necessidade, pois só assim notamos o quanto estamos dominados pela rotina e nem pensamos no que fazemos, e tudo o que fazemos tem um impacto. Devemos romper com a inércia e buscar novas atitudes em nossas rotinas, atitudes essas que assegurarão um planeta belo, inteiro, limpo e vivo
    Mas a felicidade é que há pessoas como você dispostas a nos fazer pensar e mudar.
    Parabéns!

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  3. O pior é que as situações citadas pelo Flávio são absurdamente comuns, as pessoas são acomodas e não analisam pequenos gestos que causam grandes impactos na natureza.Não penso que se trate de radicalismo, a questão é sobrevivência, é aquela velha história, temos apenas um planeta e seus recursos se esgotam a cada dia.Utopia é acreditar que ainda temos tempo,ou que ainda podemos manter nossos hábitos consumistas.Isso sim é ser radical.

    Muito bom, vamos refletir sobre o assunto.

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