segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Carregue seu lixo contigo...sempre para a reciclagem!

Em outras ocasiões, já falei sobre a necessidade de descarte correto daquilo que chamamos de lixo e já falei sobre o próprio lixo, mas, como este assunto é vasto, quero voltar a esclarecer alguns pontos a respeito.
Precisamos ponderar algumas atitudes corriqueiras do dia a dia. Reciclamos porque devemos reduzir a extração de matéria prima da natureza. Precisamos reduzir por dois grandes problemas modernos: degradação excessiva do meio e escassez de espaços naturais para acomodar todo lixo produzido. Temos uma grande quantidade de lixo justamente porque consumimos muito. Os produtos que consumimos vêm em embalagens e, estas, por sua vez, são muitas, de diversos tamanhos, composições e formas de descarte. A régua de fatores influenciáveis é maior, mas vamos continuar com o assunto principal deste texto.
Costumo tomar café numa padaria ou perto de onde trabalho. Aproveito e pego um “tira-gosto”. Já dentro do carro, uma balinha, cuja embalagem vai parar ao lado daquele folheto de promoção que nunca foi lido. Ambos são lixo, concordam? Pois bem, o papel do “tira-gosto”, da bala e o folheto que estavam no carro são lixos que você produziu. Você é responsável por todo lixo que gera e não só aquele que está dentro da sua casa.
Por isso digo que o lixo que está ali naquela sacola plástica, junto do câmbio do seu carro, também deve ser reciclado. Já vi várias pessoas que reciclam o lixo de casa e, no entanto, o lixo “da rua” acaba dispensado em um cesto qualquer. É bem por aí, não é? Parece que não esperamos a hora de nos livrar desse problema.
O problema real, porém, é quase invisível, uma vez que não vamos e não conhecemos os lixões da nossa cidade. Só teremos uma significativa melhora quando enxergarmos e entendermos com clareza a verdadeira situação que enfrentamos. A quantidade de lixo produzido considerando todos os ambientes do nosso cotidiano (casa, trabalho, restaurantes, feiras, hospitais, escola), enfim, todo lixo acaba em um único lugar. Por isso, gostaria de sugerir pequenas ações para contribuir com a saúde do planeta:
- Tenha sempre um recipiente de lixo em todos os seus ambientes de convívio e dê o descarte correto ao que não é necessário. Exija que o estabelecimento onde você produziu este lixo faça o mesmo que você.
- Considere que se não produzimos não temos necessidade de reciclar, portanto, reduza sua produção diária.
Para enfatizar, lembro que os “danos cotidianos” são mais maléficos que todos os grandes desastres ambientais juntos! Por isso, faça sua parte.
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Acerte o cesto !

Os gastos de qualquer atividade industrial são equacionados pela somatória de investimentos que sua produção, comercialização e distribuição exigem. Claro que existem outros fatores como logística, instalações, fornecedores etc. Mas para entendermos a relação de nossas atitudes dentro deste processo, acho que este resumo é o suficiente.

Digamos que alguém joga o fio dental usado no vaso sanitário e aciona a descarga. Eu repeti esta ação diversas vezes na minha vida e talvez você também tenha feito algum dia. É óbvio que o fio não desaparece do planeta através da tubulação. Ele só some do alcance de nossa visão, mas estará em algum lugar, onde a física manda. Se você o empurrou com a pressão da água (em média 8 litros são gastos para cada descarga brasileira, portanto, use com inteligência e não como cesto de lixo), o fio dental poderá permanecer nos canos e tubulações por milhares de anos. Alguns amigos afirmam que o fio dental é mais resistente que o cabelo humano ou pode ser considerado de igual resistência à degradação.

A questão do consumo dos recursos naturais se dá aqui através da cadeia produtiva das atividades humanas. Todo consumo, em qualquer escala ou relacionado às nossas atividades, deve ser considerado. Neste caso, precisamos entender que os gastos energéticos, como a água para limpar ou manter a funcionalidade do sistema de esgoto, são enormes. Consideramos as vias públicas: usa-se água para limpar as ruas por diversas vezes, mas não é só a água. O combustível do caminhão deve ser considerado também.

O que quero ressaltar hoje é a fragilidade das relações humanas. Diversas, ou quase todas, de suas ações devem ser somadas às de outras pessoas pertencentes a sua comunidade. O impacto ambiental se dá de formas inimagináveis. Alguns são de pequena escala e não transformam o meio, mas existem aqueles que acabam sendo computados nos relatórios oficiais sobre impacto ambiental.

Se nossa atitude de usar o vaso sanitário como cesto de lixo ajuda nos índices de fatores para consumo dos recursos naturais, sugiro mudarmos esta realidade. Basta entender os erros, mudar a atitude para a mais adequada e, claro, permanecer assim! É fácil. Arrisque-se à mudança!

Até a próxima!
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Ilustração: Lucas Diniz
Revisão: João Colosalle

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Bitucas de cigarro também é lixo!

Os “danos cotidianos” assombram mais o nosso planeta do que as catástrofes ambientais, como a de Sevesco (desastre em uma fábrica de pesticidas na Itália, em 1976), de Bhopal (desastre com gás metil isocianeto, em 1984, na Índia, que deixou 3.300 mortos e 20 mil doentes crônicos) e o mais famoso, a de Chernobyl (acidente nuclear na Ucrânia, em abril de 1986, que resultou em 29 mortos, 135 mil casos de câncer e 35 mil mortes subsequentes).

Entendemos por “danos cotidianos” os poluentes legalizados pelos países, que permitem a comercialização de diversos produtos e suas substâncias químicas.

Um grande exemplo é o cigarro. Sabemos que cada bastonete de nicotina possui mais de 4 mil elementos químicos. Eles prejudicam a nossa saúde e a do nosso planeta. Se você, fumante, não entender que a opção de fumar deva ser um ato agressor apenas a você mesmo, perceba de uma vez que sua atitude de jogar as “bitucas” no chão é um ato predatório e egoísta.

Este “LIXO” provavelmente cairá nos bueiros e com grande probabilidade contaminará nossos rios, mananciais e prejudicará a vida animal. Diversos animais confundem estas “bitucas” de cigarro com alimentos e acabam ingerindo todas as substâncias que o compõe. O fato é que o elemento estranho ao ambiente é o nosso lixo. A vida animal é harmônica e evolutiva. Os animais consomem e se adéquam aos recursos disponíveis e presentes à natureza. Se deixarmos nosso lixo à disposição da vida natural é bem capaz que alteraremos os hábitos de sobrevivência deles. Se imaginarmos uma alimentação à base de 4 mil substâncias químicas seria bem plausível perceber que somos responsáveis por mutações genéticas e óbitos da vida animal. Concorda ou é exagero?

Papéis de bala também possuem substâncias químicas. Plástico é resultado de um processo químico. E assim como praticamente tudo que temos a nossa disposição possuí química nociva à saúde.

A solução imediata e globalizada? Vamos pensar em todos. Não jogue lixo em vias públicas. Por mais insignificante que ele seja, dê o descarte adequado.

Sugestão: adote o hábito de carregar um lixo portátil para evitar sujar a cidade. Embalagens de balas, caixinhas com tampa (ou até uma caixa de fósforos vazia) podem ser úteis como cinzeiro pessoal. Experimente!

Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle

Vassoura d'água ...

Saio de casa pela manhã e vejo as pessoas limpando suas calçadas. Por várias vezes também vejo a mesma cena durante a tarde e, em algumas ocasiões, à noite. A semelhança de todas elas é a utilização da mangueira para lavar a calçada. Quem vê sem analisar não percebe os detalhes dessa cena tão comum hoje em dia, aparentemente normal. Mas, vamos analisar com outro olhar?
O mais comum é ver as pessoas empurrarem a sujeira para o vizinho. Uma atitude nada harmoniosa dentro da sociedade, não é mesmo? Se você não quer ver a sujeira ali, parada na porta da sua casa, é bem capaz de entender que seu vizinho também não queira. Recolha seu lixo e dê o descarte adequado a ele.
Também encontramos as pessoas varrendo a sujeira ou recolhendo-a com uma pá (parabéns se você faz isso ao invés de mandá-la à calçada alheia). No entanto, é comum a mangueira aberta e a água vazando, sem ser usada. Chamamos esta ação de “vassoura d’água”, ou seja, o ato nada correto de empurrar a sujeira ou lavar a calçada com o jato d’água. Um absurdo!
Em pleno século XXI, encontramos muitas pessoas que ainda não entenderam que a água é o nosso recurso natural de maior valor, necessária à nossa saúde e sobrevivência. Precisamos economizá-la e usá-la de forma consciente.
Imagine que a calçada está completamente suja. Uma boiada inteira passou por ali e deixou seus rastros naturais (uma cena hipotética e cômica). Concordo que um pouco de água ajudaria muito neste caso, mas porque não usarmos somente o necessário? Primeiro, pegue a mangueira, molhe o lugar sujo, feche a torneira e varra o lugar. Depois, abra novamente a torneira, molhe, recolha seu lixo e jogue-o num lugar apropriado. Acredito que seguindo esses passos você conseguirá seu objetivo de ter sua calçada limpa. E melhor, um bom relacionamento com seu vizinho e com o planeta. Perfeito, não?
Caso não tenha passado nenhuma boiada hoje pela sua calçada, quem sabe poderemos pensar em varrê-la apenas, sem o uso da “vassoura d’água”? Experimente um dia.
A água é nosso recurso natural mais importante, por isso, use-a adequadamente. Alguns estudiosos e pesquisadores afirmam que uma terceira guerra mundial se daria por água potável. Enquanto isso algumas pessoas usam para empurrar lixo daqui para li. Não existe cabimento para aceitar esta atitude.
Cobre seus vizinhos, amigos e familiares uma postura mais sustentável. Pequenas mudanças trazem benefícios extraordinários para o planeta.
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle

Vamos juntos?

Vamos direto ao ponto. Se duas pessoas combinarem em dar carona uma à outra, de casa ao trabalho, alternando a vez de quem dirige, ambas estarão colaborando com o planeta. Menos um carro na rua significa diminuição de poluentes gerados pela queima de combustível.
Planejar suas compras e estruturar um roteiro para que possa fazer suas tarefas com o menor trajeto possível de carro é outra atitude positiva.
Fazer a revisão do seu carro conforme as especificações do fabricante é mais uma ação sustentável que deve ser adotada. Veículos em ótimas condições de uso tendem a poluir menos.  

Para visualizarmos melhor as agressões que o planeta sofre com nossa frota de veículos vamos detalhar os agravantes: a queima de combustível é a grande vilã do planeta, causa problemas na camada de ozônio e pode acarretar mudanças climáticas graves. Outro ponto a se considerar são os grãos de borracha que vão parar nos bueiros e, consequentemente, em nossos rios.

Neste caso, quanto mais rodamos com os automóveis, mais rápido precisaremos de novos pneus. Por isso, por que não consideramos uma vida mais saudável e adotarmos a caminhada e a bicicleta como formas sustentáveis de locomoção do século XXI?

No final do século passado, foi atribuído ao dia 22 de setembro o “dia mundial sem carro”, uma iniciativa de ativistas para propagar a reeducação sobre nosso hábito de locomoção. No entanto, somos bem capazes de nos mover para diversos lugares utilizando os transportes públicos ou mesmo indo a pé ou de bicicleta. Mas, na maioria das vezes, a comodidade fala mais “alto” e esquecemos de alguns deveres, como exemplo, cuidar do planeta de forma total e absoluta.
Para a saúde do planeta, e a sua própria, ofereço hoje uma reflexão em que você descubra se é capaz de deixar seu carro na garagem apenas um dia da semana? Faça apenas esta pequena mudança de hábito.
Consideremos uma frota de 10 mil veículos. Se cada um reservar um dia durante a semana para deixar o carro na garagem, garanto que os valores benéficos serão grandiosos e todos ganharão.
Comece a gostar mais do planeta! Cuide!
Flávio Paschoal é consultor de marketing e ambientalista
Revisão: João Colosalle
Ilustração: Lucas Diniz